Quem frequentou o parque Oásis ao longo dos seus 20 anos de funcionamento ainda deve lembrar de pelo menos uma das atrações. O parque temático, fechado há quase 12 anos, virou tema de discussão de internautas de Itaara, Santa Maria e outros municípios da região. Já são 11 mil pessoas que compõem o grupo "Campanha reabre/volta Oásis" no Facebook.
O que mais se fala nas publicações na rede social são as lembranças dos dias de entretenimento no espaço. Quem nunca se divertiu no teleférico, nos passeios no Navio Dois Mil ou no Expresso Balnesul? Aqueles que frequentaram o parque no período de Natal lembram das brincadeiras com a neve artificial em pleno dezembro. São estes encantos que motivaram as pessoas a participar da discussão. Há, inclusive, postagens com fotos antigas, de visitas ao Oásis, compartilhadas com outros saudosistas. Outras pessoas falam que, se o parque voltasse a funcionar, gostariam de levar os filhos ou netos para conhecer.
Seriedade nas discussões
O evento, que começou como uma brincadeira, levou a discussão a sério. A auxiliar de cabelereiro, Liziane da Silva, 30 anos, diz que ao conversar com a amiga Manuela do Carmo, a outra administradora do evento no Facebook, surgiu a ideia:
- Eu e a minha amiga lembramos que em Santa Maria, além dos clubes, não há muitas opções no verão. Aí, tivemos a ideia da campanha. Nos cinco primeiros dias já tinham quase 6 mil pessoas e mais 16 mil convites.
Além de recordar histórias, os integrantes do grupo também resolveram dar continuidade a discussão de reativação do espaço. Agora, as amigas pretendem ver se há algo que a comunidade possa fazer para uma possível reabertura do Oásis:
- A gente se empolga vendo outras pessoas lembrando de como era tudo e dá vontade de, ao menos, saber o que pode ser feito, se há pessoas interessadas em comprar, em ser sócios - relata Liziane.
"Interesse está com dez anos de atraso", diz padre Lauro Trevisan
O dono do Parque Oásis, padre Lauro Trevisan, afirma que a única chance de o espaço voltar a funcionar é que tenha um comprador interessado em retomar as atividades. Apesar de estar à venda desde 2008, após tentativas sem sucesso da comunidade e da prefeitura de Itaara em reabrir o local, as propostas não foram concluídas (leia acima).
Sobre a mobilização na internet, padre Lauro é enfático:
- Esse interesse está chegando com dez anos de atraso. Quando o parque foi fechado, a frequência era muito reduzida devido ao clima impróprio do inverno e os domingos chuvosos do verão, além de vários povoados fazerem pequenas barragens em arroios locais com uma copa de bebidas ao lado. Isso atrai frequentadores. Já expliquei o fracasso da tentativa de conseguir sócios frequentadores. Se essas 10 mil pessoas fossem sócias com R$ 50 por mês cada uma, seria fácil vender o parque.
Segundo Trevisan, o custo para manter o local, cerca de R$ 20 mil mensais, era alto e o dinheiro arrecadado não era suficiente. No ano do fechamento, em 2003, o Beto Carrero sinalizou interesse no parque, mas depois voltou atrás. Enquanto não há perspectiva de um futuro para o local, Trevisan mantém funcionários cuidando da infraestrutura, que atualmente abriga eucaliptos e animais de criação.
O prefeito de Itaara, Rony Carnieletto (PP), afirma que seria "importantíssimo para a cidade e para a região se o parque voltasse a funcionar, mas seria preciso pensar uma forma para isso". Ele também explica que deve procurar o padre Lauro para uma conversa, e que o Oásis seria o tema da discussão.
Foram duas décadas de diversão no Oásis
- O parque foi inaugurado em 1984
- Durante 20 anos, o local, de 70 hectares, reuniu milhares de crianças e adultos da região
- Entre as atrações, as mais l"